O IDH BRASILEIRO: AVANÇO INTERROMPIDO

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Por Gerson Moyses - Na última segunda-feira, a ONU divulgou seu relatório de desenvolvimento humano. O documento traz, entre outras informações, o ranking dos países. Essa classificação é feita a partir do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que varia de 0 a 1. O ranking divide os países em quatro categorias: "muito elevado", "elevado", "médio" e "baixo".
A medição do IDH é feita a partir de três indicadores, relacionados à população:
  • Expectativa de vida ao nascer (saúde),
  • Anos de estudo (educação),
  • Renda per capita (renda).
No topo do ranking de 188 países, está a Noruega (0,944), e na última posição, o Níger (0,348). Entre os países vizinhos, estão Venezuela (71º), Chile (42º) e Argentina (40º). No relatório deste ano, o Brasil melhorou sua nota (foi de 0,752 para 0,755), mas perdeu uma posição no ranking (foi da 74ª para a 75ª), ao ser ultrapassado pelo Sri Lanka. Apesar da queda no ranking, a nota brasileira melhorou. Isso se deu por conta da melhora da expectativa de vida ao nascer e dos anos de estudo da população. O avanço não foi maior por que a renda per capta despencou no último ano, por conta da crise econômica.
A variação de uma posição em um ano pode não ser tão relevante, pois a diferença entre países com pontuação muito próxima é bem pequena. Na verdade, devemos nos atentar para a tendência. O Brasil, que desde 2009 vinha subindo no ranking, caiu em 2015. E isso é certamente resultado da grave crise econômica que estamos vivendo. O primeiro indicador a ser atingido é a renda, resultado do desemprego e das reposições salariais abaixo da inflação. Em 2015 só tivemos más notícias na economia: queda de receitas e aumento de despesas do governo, descontrole fiscal, aumento de impostos, queda do PIB, aumento da inflação, aumento do desemprego, duplo downgrade (até hoje), queda do Ministro Levi.
Se observarmos o cenário econômico futuro, que aponta para a retomada da chamada ‘nova matriz econômica’ (com o ministro Nelson Barbosa na Fazenda), corremos o risco piorar ainda mais a economia, e de continuar a cair no ranking do IDH nos próximos anos.
A economia é o propulsor do IDH. Sem dinheiro, não há saúde, educação e nem renda. Parafraseando o especialista em finanças, Mauro Halfeld, espero que em 2016 não tenhamos saudade de 2015.
Veja o ranking:

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