COPA DO MUNDO? O QUE IMPORTA É A ECONOMIA!

Por Gerson Moyses - Há alguns anos atrás, li o livro ‘A Copa que ninguém viu e a que queremos esquecer’ (que, aliás, recomendo fortemente) no qual Roberto Muylaert, Armando Nogueira e Jô Soares contam as histórias da Copa de 1950 quando eles presenciaram o silêncio que se abateu sobre o Maracanã no fatídico 16 de julho, e, quatro anos depois, assistindo ao Brasil perder a chamada "Batalha de Berna", na Suíça em 1954. Eram tempos românticos, em que o futebol era somente paixão, e que ganhar dinheiro não era o objetivo principal. Não tinha nada de business.
foto: cafeina.lowebrasil.com.br
Hoje tudo é muito diferente. Para a realização da Copa do Mundo do Brasil foram investidos cerca de R$ 25 bilhões. Segundo pesquisa da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) a Copa deve injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia brasileira, além de gerar por volta de um milhão de vagas de emprego formais (sendo 710 mil fixas e 200 mil temporárias). A FIFA deve ter o maior faturamento da história e lucrar US$ 15 bilhões. Os jogadores ganham com salários e campanhas publicitárias. A CBF deve pagar ‘bicho’ de R$ 1,3 milhão para cada um dos 23 convocados, caso a seleção brasileira conquiste o hexa. As empresas patrocinadoras também devem lucrar alguns bilhões. Se a seleção do país vence, a população fica mais feliz e consome mais! Tudo é grandioso, e a associação entre FIFA e os governos garante a circulação desses enormes volumes de dinheiro.
Há quem apoie e há que critique, haja vista as recentes manifestações motivadas pelas mais diversas demandas. Há quem afirme que a corrupção leva grande parte desse dinheiro. Há quem gostaria que o dinheiro fosse investido em escolas, hospitais, transporte e moradias.
O motor que acelera o desenvolvimento dos países é a economia. O estímulo ao empreendedorismo resulta na geração de vagas de emprego, na competição saudável nas diversas indústrias, e no aumento do PIB. Só conseguiremos investir em saúde, educação, segurança e infra-estrutura se garantirmos a geração dessa riqueza - e dinheiro parado não se multiplica e dinheiro desperdiçado é perdido para sempre. Ah, e a economia aquecida é o que garante a boa avaliação dos governos.
Assisti ao vivo as lamentáveis imagens de um grupo de manifestantes destruindo uma concessionária de veículos no último dia 19/6, num protesto contra a Copa. Foi uma ação absurda, que deve ser rechaçada veementemente, e que não tem nenhum impacto na realização da Copa do Mundo. (Uma reflexão: o empreendedor brasileiro é um herói, pois apesar de todas as incertezas, ainda assume o risco no negócio). Esses movimentos não têm trazido os resultados imaginados. As manifestações do ano passado impediram o aumento do transporte, mas a inflação dos demais produtos e serviços aumentou, e a corrupção continua por aí!
Se quisermos mudanças reais, temos que votar de maneira consciente nas próximas eleições (eu sugiro candidatos ficha limpa e com profundos ideais republicanos). E temos que nos organizar e aproveitar ao máximo as oportunidades para a geração de riqueza, inclusive a Copa do Mundo e os próximos grandes eventos que vem por aí.

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