HOMER SIMPSON, O BRASILEIRO MÉDIO

Por Danilo Rizzo - Certa vez William Bonner, apresentador e editor do Jornal Nacional, comparou o brasileiro médio ao personagem de desenho animado Homer Simpson. O comentário referia-se a dificuldade do telespectador do telejornal em entender siglas e assuntos muito complexos.
Definir alguém, um grupo ou uma população inteira como Homer Simpson é utilizada nos Estados Unidos há algum tempo e, via de regra, serve para simplificar e caracterizar pejorativamente a limitação intelecto-cultural dessa pessoa ou desse grupo. Lembrei disso quando recebi o vídeo a seguir feito por um repórter da CNN, e meu ceticismo e crença no povo americano foram por água a baixo... vejam porque.


Whatta f*ck!!! Querem invadir a Iugoslávia?!? E colocam o Irã no lugar da Austrália e ninguém percebe?!? 

Depois disso, perdi boa parte da minha admiração pelos Estados Unidos, agora só me resta respeitá-los pelo perfeccionismo, profissionalismo, competência, empreendedorismo, respeito às leis locais, à história, aos ídolos, e o poder de auto cura da economia desse país de aculturados. Percebi também que deveria olhar com olhos mais caridosos para nosso país, pois acredito que diante do mesmo desafio, ou seja, responder perguntas óbvias, nós brasileiros nos sairíamos muito melhor que os norte-americanos.
Diante de meu ávido desejo de humilhar os eleitores do Obama, saí em busca de algum documento em vídeo que fomentasse meu sentimento de que nós tupiniquins, inventores da Lei de Gerson, que compramos carros obsoletos a peso de ouro, somos muito melhores do que aqueles descendentes do Reino Britânico que comprar Ford Fusion a preço de VW Gol. Fui ao Youtube e encontrei isso...


Achei que fossemos humilhar aqueles obesos mórbidos comedores de rosquinhas... e só um cara sabia as respostas?!? Como assim um hexágono tem dois lados?!? 

Assistindo esses documentos, parecemos diante de um denominador comum, tanto eles como nós somos um bando de ‘Homers’ e ‘Marges’. Mas penso qual a importância para a vida dessas pessoas, saber que um hexágono ter seis lados e não dois, ou que a moeda corrente na Inglaterra é a libra e não american money. Claro que conhecimento geral e cultura são importantes, mas conhecer tudo não seria um contrassenso diante de uma sociedade de especialistas como é a nossa? Que dá valor mais ao que sabe muito uma determinada coisa, em detrimento da multidisciplinaridade.
Não sei se estou certo ou não, se sucumbi à retórica, se sou um velho que se sente agredido realidade dos especialistas em tudo que não sabem fazer uma conta de dividir sem usar Excel. Não sei, mas estou começando a ter dó do Homer Simpson.

Comentários

  1. E lá tem povo que se importa com alguma coisa além do que acontece dentro de sua própria cabeça? Os pais não querem saber nada dos seus filhos além das ideias fantrasiosas de que eles serão pessoas maravilhosas. Os políticos são preocupados com suas contas no exterior, os trabalhadores quem seus salários para aprveitar o feriado e por ai vai. Claro que não somos todos assim, mas na grande maioria (das pessoas e nações).....

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